terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Menininhas

Finalmente, passadas todas as festas, a falta de internet do Palácio de Verão e o retorno à rotina do domicílio, consigo sentar e escrever. É um exercício, de verdade. E estou fora de forma. É difícil escrever quando faz tempo que a gente não escreve. Não flui. 

Notícias das menininhas: Luísa, articuladíssima, me fala sobre os diálogos que ela tem com seus personagens favoritos:
- Eu converso com o (Smurf) Gênio e o Papai Smurf. E a Mônica e o Cascão estão comendo agola. Esses personagens estão todos aqui na sala! O Mickey foi dormir, ele não está aqui.
Personagens! Com três anos, ela me dá explicações sobre personagens. Chego quase a enxergar smurfs do tamanho de três maçãs correndo no meio da sala, enquanto desviam de uma coelhada do Sansão no Cebolinha. Mais ou menos como Julie Andrews deve ter se sentido ao filmar a cena dos pinguins de Mary Poppins. Eles estão ali. Só eu que não consigo vê-los naquele momento. 

Joaninha, 17 meses, aprende umas cinco palavras novas por dia:
Au-au para os bichos implumes, cocó para os plumados;
Ali, diz ela quando perguntada sobre alguma coisa ou alguém fora do seu campo de visão, enquanto aponta com o dedinho;
Aqui, quando o objeto está à vista;
Sai;
Pé (quer dizer o próprio pé ou que quer descer do colo e ficar de pé);
Mão;
É meu;
Me dá;
Cô (quer dizer suco);
Cocô (ela avisa quando faz);
Xixi (ela não sabe bem o que é, mas sabe que tem alguma coisa a ver com fralda e pinico) 
Água, que pronuncia com perfeição;
Mais, uma da suas palavras preferidas, principalmente quando se trata de comer;
Bô (acabou);
Naná (dormir);
Mamá;
Mamãe e papai, também pronunciados perfeitamente;
Carro;
Fora todas as outras de que eu não me lembro.
No espaço de duas ou três semanas, ela começou a falar. E a cantar. A plenos pulmões. Esse negócio de não dormir estraga um pouco a experiência, mas duvido que haja qualquer situação mais fascinante do que ver um bebê completamente inútil (embora muito fofo) transformar-se em uma pessoa que fala, por exemplo, sobre personagens!
É lugar comum, mas o Vinícius tinha razão:
"(...) Que coisa louca, que coisa linda que os filhos são"

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