quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Filme Americano

Divirto-me muito com aqueles filmes americanos sobre cataclismas. Aquele estilo fim-do-mundo, mesmo. Era glacial súbita, inundações de proporções bíblicas, o mega vulcão de Yellowstone prestes a explodir... O que me diverte é imaginar o que sobraria do nosso mundo em alguns milhões de anos. Um canal de televisão produziu uma série chamada "O Mundo Sem Ninguém". Não perdia um episódio. O que aconteceria com nossa gloriosa civilização se, subitamente e sem qualquer razão aparente, todos os seres humanos fossem abduzidos do planeta? Todas as outras espécies permanecem inalteradas. Nós sumimos. Como seria o planeta em um, dois ou cinco milhões de anos?
Segundo a série, o planeta engoliria todo e qualquer vestígio da nossa existência. Se alguma espécie inteligente evoluísse novamente, talvez encontrassem alguns ossos.
O que me leva à próxima e óbvia pergunta: será que outra espécie inteligente (ou a nossa mesmo) habitou a Terra há 10 milhões de anos?
Nossa noção de eternidade é extremamente curta. Acho que a construção gloriosa mais antiga que conhecemos são as Pirâmides do Egito. Talvez tenham quatro ou cinco mil anos. A espécie humana existe há cerca de um milhão de anos, com variações que dependem das teorias. Cinco mil anos são meros meio por cento disso. Será que não fomos inteligentes e nem sabemos? Nossos arqueólogos acharam o Código de Hamurabi porque foi escrito em pedra. Mas e o meu blog? E todo o corpo de conhecimento virtual que existe na era digital, que depende de equipamentos sofisticados e compatíveis com cada tipo de mecanismo de armazenamento? O que um arqueólogo futurista vai achar do meu iPad? E dos pen drives, CDs, DVDs, discos rígidos, laptops, celulares? Ou do pouco que sobrar deles. Talvez um dia decodifiquem uma sequência inútil e bizarra de 0 e 1. Talvez construam modelos tridimensionais de nossas cidades de casas de adobe e façam inferências sobre se controlávamos ou não o fogo. Será que tínhamos uma linguagem oral sofisticada? Talvez o único vestígio do nosso tempo sejam pinturas em cavernas australianas de aborígenes. Ou vestígios de uma vila de pedra no topo do Everest. Não acredito que livros de papel durem mais que poucas centenas de anos. Talvez um ou dois mil anos, mas olha o estado em que encontraram os Manuscritos do Mar Morto...

***
Joaninha ataca outra vez. Depois de alguns poucos e deliciosos meses de noites bem dormidas, ela agora gosta de exercitar sua nova habilidade: levantar e sair da própria cama. Ela se acorda e, moto-contínuo, levanta-se da cama. Escutamos o tuc-tuc-tuc dos seus pezinhos pelo corredor até o nosso quarto. Ao chegar na porta, faz alguma declaração bombástica:
- A Jô não quer nanar! - quase sempre em alguma hora entre duas e cinco da madrugada.
Levamos-na de volta para sua cama, ela finge que dorme e, 30 segundos depois, está de volta. E isso dura toda a noite. Delícia! Às vezes (só às vezes) chego a achar Herodes natural (diria o poetinha...)
Mas elas ficam tão lindas de vestidos de prenda...

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