Quando tiraram os terminais de ônibus do que hoje chamamos de Largo Glênio Peres, a cidade ganhou um novo espaço. Havia lugar para comícios, panfletagem, músicos e artistas de rua e pregadores. Uma praça seca. Um largo. Amplo. Simples.
O pregador estava na Esquina Democrática. Os peruanos, quase no Chalé da Praça XV. No lugar de todos eles, a Casa do Papai Noel! Uma construçãozinha bisonha, mistura de galpão crioulo com chalé suíço. Com neve de manta acrílica grampeada no telhado, com os 30 graus do quase-dezembro do continente austral. Não deu muito certo. Gente, celeumas à parte, o Centro Histórico não é shopping. Nada contra o espírito natalino. Mas... Esculhamba, mas não avacalha.
***
Joana está com 1 ano e 4 meses. Ela sabe dizer várias coisas, mas o melhor são suas caretas impagáveis. Joana anda impublicável, não por ser censurável, mas por ser indescritível.
- Bô... - diz ela decepcionada quando algo acaba. Normalmente algo comestível.
- Papaiiii
- Mamaiii
- Sai! - essa ela aprendeu com a Luísa.
- É mé (meu)
- Me dá - outra da Luísa.
- Lulu
- Au-au - significa qualquer bicho que se mova. Quadrúpede, com bicos, penas ou implumes, tudo é au-au.
- Vovó, vovô (ela fala bem direitinho)
- Alô - enquanto segura qualquer objeto (literalmente) encostado ao ouvido, como um telefone.
Só falta dormir à noite. No mais, sou a mãe mais feliz do mundo.
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