terça-feira, 19 de junho de 2012

Criança dá trabalho

Ser mamãe é muito lindo, mas este blog andou meio abandonado por culpa (essa palavra maldita) da tal da maternidade. Não que o blog seja mais importante que as filhas. Mas este justamente é o problema da maternidade. Nada é mais importante que as filhas. Ir ao cinema, fazer exercício, tricô, blog, educação à distância. Tudo é secundário, porque uma esteve com febre, foi aniversário da outra. Hoje tem Disney on Ice, amanhã tem festa da coleguinha. Reunião da creche, brincar na sala, ler um livro, botar na cama, dar banho, trocar a roupa, trocar as fraldas, cantar uma música, ouvir o que aconteceu hoje na escola, ouvir o que vai haver amanhã. É lindo, vê-las a soltarem-se no mundo. Mas minha vidinha, minhas coisinhas de míope também eram tão lindinhas! Ainda não achei a medida entre trabalho, maternidade, hobbies, marido e família. Se alguém já achou, por favor, manifeste-se. Gostaria de trabalhar menos, mas preciso ganhar a mesma coisa. Quero uma casa bem grande, mas também quero aproveitá-la e aproveitar a companhia das pessoas que nela moram.
Hoje, escrevo do trabalho. Arrumei um intervalinho e decidi extravasar minha vontade de escrever aqui mesmo, pois em casa fica meio complicado. Em casa, elas vêm sempre primeiro. Não dá para escrever. Minha função multitarefa anda prejudicada pela falta de sono e cansaço. Só consigo fazer uma coisa de cada vez.
***
Voltando à poesia de ser mamãe, Luísa fez três anos no sábado. Fiz a festinha na escola, porque achei que ia ser mais fácil. Ela adorou. Tiraram fotos, que estavam lindas. As professoras capricharam na decoração da Galinha Pintadinha, escolhida pela dona da festa. 
Ontem, quando fui sair de casa para trabalhar de manhã, depois de todo o fim-de-semana junto com elas, Luísa disse:
-Não vai, Mâmi, fica aqui comigo - frase que parte o coração de qualquer mãe, ainda mais dita entre um sorrisinho sedutor.
-A mamãe precisa trabalhar. Precisa pagar as contas da casa, comprar livrinhos e brinquedos para vocês.
-Já temos bastante livrinhos e brinquedos, não precisa mais - frase que ela ouve sempre que quer comprar algo que não desejo comprar naquele momento. 
E o feitiço vira contra o feiticeiro. Quase chorei. Fiquei firme, saí sorrindo e disse que logo voltaria para brincarmos à noitinha. Mas tive muita vontade de mandar o posto às favas e ficar com elas. 
Ah, culpa, essa palavra maldita!

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