sexta-feira, 29 de junho de 2012

Inspiração

Depois de alguns meses escrevendo no blog, o cansaço anda a me derrotar. A prioridade sempre são as filhas. Depois, dormir. As outras necessidades básicas, escrever entre elas, chegam bem atrás, seguidas pelo trabalho, marido e estudo. E todos os supérfluos, como jogar paciência no computador, fazer as unhas e pintar os cabelos, não chegaram ainda.
As crianças são uma ocupação nobre e muito divertida. Mas podiam vir com um botãozinho de on/off para ser usado à noite. O problema é que eu não deixo de lado o cargo de mãe depois que escurece. Não dá para terceirizar. À noite, sou mais mamãe do que nunca. Logo eu, que gostava tanto de dormir.
Joana continua insone. Há noites em que, às duas horas da manhã, ela acorda como se fosse o miolo da tarde. E só decide voltar a dormir lá pelas cinco. Nessas três horas, ela brinca, joga seus brinquedos ao chão, chora, mama, brinca mais um pouco, chora mais um monte até que, finalmente, dorme. Pela manhã, acorda feliz e bem disposta. Quem vê, acha que dormiu uma reparadora noite de sono.
Eu não tenho acordado nem feliz e nem bem disposta. Por isso, talvez, ando sem muita inspiração até para escrever. Minha vida funciona no piloto automático. Já não presto muita atenção em nada. Começo a funcionar melhor após o almoço, quando dou um cochilo de meia hora ou quarenta minutos. Algumas colegas de trabalho, casadas e sem filhos, olham para mim como quem pensa:
-Acho que esse negócio de ter nenê não vai rolar.
O velho dilema, "filhos, filhos, melhor não tê-los, mas se não os temos, como sabê-lo?"
Ainda não saí daquela parte das "noites insones, cãs prematuras".
Enquanto isso, tento apreciar a mágica que é o desenvolvimento humano, ainda que cansada. (Talvez o cansaço seja inerente a todas as mães)
Joana tenta maneiras diferentes de levantar-se para ficar em pé. Caminha com apoio de apenas uma mão. Testa seu equilíbrio e as leis da física. E tem um tropismo para tudo o que é perigoso. Continua fascinada pela lei da gravidade e por potes e baldinhos para botar e tirar coisas de dentro.
E a Luísa agora diverte-se explorando outras línguas. Ela pede para ver desenhos animados em inglês, embora não entenda quase nada. Gosta de cantar músicas e pede para cantarmos em inglês após. O mais divertido é quando ela canta ela mesma em inglês (ou na sua versão da língua inglesa).
Filhas, filhas, melhor tê-las. Muito melhor tê-las. Quanto ao sono, bom, continua a ser um sonho distante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário