domingo, 13 de maio de 2012

Hoje faz uma semana desde a última postagem neste blog. Um recorde que não pretendo bater.
É que a vida anda corrida. Não consigo nem estudar os casos dos meus pacientes. Tampouco consigo dormir, mas se isto me impedir de qualquer coisa, já não faço mais nada. Sabe aquela tecla do FF do DVD? Dá a impressão de que meu controle remoto está com a miseravelzinha impacada.
Aprendi várias técnicas para desacelerar, mas elas só funcionam para quem tem tempo de desacelerar. Não tem sido o meu caso. Só dá tempo de acelerar cada vez mais. Até o dia em que me internarem num hospício. Sinto-me um pouco como naquele conto  do Andersen Sapatinhos Vermelhos, em que a mocinha veste seus sapatos vermelhos que a faz dançar continuamente até que lhe cortem os pés (acho que fizeram um filme sobre este conto, mas com sapatilhas de ponta).  Parei no sábado para a apresentação de dia das mães das meninas. Joana, evidentemente, não ensaiou nada, de maneira que assisti tranquilamente à da Luísa. A turminha dela cantou Primavera, do Tim Maia. Audacioso, ensaiar miniaturas de 2 e 3 anos a cantar uma música complexa como aquela. Mas eu, bem coruja, achei lindo. Principalmente a Luísa, a cantar a plenos pulmões:
- É primaveeeela. Te amo! - Enquanto rebolava com as mãozinhas na cintura e tentava esconter uma enome flor de sucata que seria dada à mamãe no final do coral.
Ganhei minha flor, meu presente, uma toalha-sacola que a creche mandou fazer com os pezinhos da Joana de um lado e um desenho da Luísa do lado, e mais uma carteirinha de embalagem tetrapak com os dedinhos da Joana carimbados. Tipo da coisa que só uma mãe valoriza, a serem guardados naquela caixa de quinquilharias que são muito frágeis e preciosas para serem usadas no dia-a-dia e, portanto, inúteis do ponto de vista prática. Mas que obviamente não podem jamais serem jogados fora.
Joana chora e, com seu choro, encerro esta postagem e o dia das mães

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