-Mâmi, nós chegamos no "dr. Pneu"?
Achei divertidíssimo o dr. Pneu. Chegando na consulta, contei ao médico que ele fora carinhosamente apelidado de dr. Pneu. Luísa, sem entender nada, perguntou:
-Mâmi, cadê o pneu? Não tem pneu no dr. Pneu? - intrigou-se.
Ontem voltamos ao dr. Pneu. Ela já sabia que não havia pneus no dr. Pneu. E lembrava-se perfeitamente de que ele era o dr. Pneu. Cumprimentou-o:
-Oiiii, dr. Pneu! Você é o dr. Pneu? Não tem pneu no dr. Pneu, né?
-Eu sou seu dr. Pneu - respondeu meu colega orgulhoso.
***
Joaninha começou hoje a ficar em pé sozinha. Estava apoiada numa poltroninha pequena e, de repente, precisou das duas mãos para explorar um objeto. Ficou em pé sem apoio por alguns segundos. Logo antes, tinha escalado a tal poltrona, fazendo-a de degrau para subir na mesinha de centro e pegar um potinho colorido. Uma verdadeira macaquinha. Não conseguindo pegar o pote, esticava a mãozinha e olhava para mim enquanto dizia:
-Dá, dá, dá - enquanto sacudia as perninhas gordas.
Ela engatinha pela casa, pára de quando em quando para analizar algo interessante. Se surge algum obstáculo, escala e tenta passar por cima. E segue a expedição. É uma exploradora, minha Joana.
***
Encontrei em Osório o carimbo de médico do vô Olyntho. Nome, CRM e, pasmem, endereço residencial. Quem é que pensa em botar o endereço residencial no seu carimbo hoje em dia? Às vezes acho que ele vivia não só em outra época como também em outro planeta. Um planeta em que o médico oferecia sua residência como referência para seus pacientes, necessitados de cuidados, orientações e consolo. Impraticável hoje em dia.
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