domingo, 26 de fevereiro de 2012

Historinhas de Dormir

Sempre gostei de ler. E nunca deixei de gostar histórias infantis. Antes de ter as filhas, às vezes comprava algum livro bonito de literatura infantil. Para mim mesmo, sem nem inventar nenhuma desculpa. Tentei algumas vezes lê-los para a Luísa, mas ela era muito pequena, não tinha paciência para histórias longas. Lia para elas os livros da coleção Gato e Rato, da Editora Ática, que têm muitas figuras e bem pouco texto. Ela os adora até hoje.
Há alguns dias, decidi tentar novamente alguma história mais longa. Nada muito grande, textos de uma ou duas páginas. E ela finalmente prestou atenção e gostou. Assim, agora nós lemos todos os dias, religiosamente, duas ou três histórias na hora de dormir. Uma é de um livro daqueles "uma história por dia", que são textos curtos, de três ou quatro parágrafos. E, como é uma história por dia, não tem perigo dela querer ler o livro todo em uma noite. (É completamente proibido, inconstitucional e contra o código canônico ler a história do dia 27 de fevereiro no dia 26 de fevereiro. Só pode ler a história daquele dia.)
Claro que ela achou uma maneira de driblar a lei. Nós lemos outra história de outro livro na sequência. Chegamos a um acordo que são duas ou três histórias por noite, dependendo do tamanho. Hoje lemos três. É uma do livro dos dias, uma do livro das fábulas e uma dos livrinhos pequenos. No máximo.
O mais delicioso disso tudo são os comentários dela e toda a conversa que rola entre uma frase e outra. Hoje, quando deu boa noite aos avós, que estão hospedados aqui em casa, a vovó disse:
- Sonha com os anjinhos, minha filha.
Durante a história, do nada, ela me confidenciou:
- Mãe, os anjinhos são o Gabriel (meu pai) e a bisa, né? - citando dois falecidos muito presentes nesta residência- Tu tava triste quando a bisa foi embola, mãe? Tu ainda fica triste, mãe?
- Sim, meu amor, às vezes a mamãe sente saudade da bisa, porque eu queria abraçar a bisa e conversar com ela.
- Eu também queria abraçar a bisa.
Imediatamente nos abraçamos bem forte, e ela disse:
- Continua a história, mommy?
E continuamos com a nossa história sobre a lebre que tocava violino.Terminadas as histórias, acendemos as luzinhas de estelinhas, demos boa noite e ela dormiu.
A outra novidade para a Luísa são as histórias em quadrinhos. Ela começou a querer livrinhos novos com muita frequência, maior do que o meu bolso queria gastar. Tentei as revistinhas porque são uma alternativa barata e cheia de figurinhas. Ela adorou. Hoje, comprei uma do Mickey. Ela olha as figurinhas e vai contando o que ela acha que acontece. Sempre começa com "era uma vez...":
- Era uma vez o Mickey e o Pateta. Mommy, o que o Pateta disse?
E assim vamos lendo o gibi. Pode não ser uma obra-prima da literatura universal, mas tem figurinhas, letrinhas e desperta o interesse pela leitura. Acho genial. Para quem tem menos de três anos, é um  ótimo começo.
Quanto à Joana, ela está na frase de saborear os livros. Literalmente.

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