sábado, 4 de fevereiro de 2012

A queda

Hoje fomos almoçar na cidade. Chegamos no restaurante e posicionamos o bebê-conforto da Joana em duas cadeiras, para não correr o risco de cair. Luísa foi para o cadeirão, e almoçamos tranquilamente.
Só que a Joana tinha outros planos. Entusiasmada com seu macaquinho de pelúcia vermelho, sacudia as pernas alegremente. E vigorosamente. E o bebê-conforto começou a balançar e, antes que tivesse tempo de qualquer coisa, emborcou-se no chão. A Joana estava devidamente atada com o cinto de segurança, mas mesmo assim, chegou a bater a cabecinha na queda. Mais que depressa, desvirei-a e soltei-a do cinto, peguei-a no colo e a examinei. Em seguida, tratei de acalmá-la, enquanto percebia todos os olhares de desaprovação de todo o restaurante voltados para a minha mesa. Nem preciso dizer que o meu almoço acabou, porque, quando parei de tremer, já não tinha nenhuma vontade de comer zucchini com queijo e salada de rúcula. Fiquei com ela no colo, curtindo aquela culpa imensa e dando graças a Deus que ninguém ali sabia que, ainda por cima, eu era pediatra. Pediatra e macaca velha, que faz questão de orientar sobre prevenção de acidentes em todas as consultas de rotina agendadas para mim.
Ouvi atentamente a todos os conselhos que me foram dados por metade dos clientes do restaurante, sobre levá-la ao hospital, que era logo ali, de não deixá-la dormir e de acordá-la de hora em hora. Agradeci, paguei a conta e saí correndo dali, louca para chegar em casa e checar cada milímetro dela para ver se estava realmente bem. Se houvesse algo errado, levaria para Porto Alegre, onde um neurologista e uma tomografia de crânio seriam mais facilmente disponíveis.
Sim, tudo estava (e está) bem. Ficou um pouquinho arroxeado na parte esquerda da testa, mas não ficou com "galo", não vomitou (o que é até estranho, porque ela vomita o tempo todo), não chorou histericamente, não teve convulsão, nem alteração de comportamento. Pupilas isocóricas e fotorreagentes, reflexos tendinosos profundos normais, tônus adequado. Sem perda de movimento nem assimetrias visíveis. Exame físico normal.
Dormiu um pouquinho no carro, mamou, tomou banho de piscina e sorriu para todos, como de costume. Minha Joaninha faceira de sempre. Agora, dorme tranquilamente no berço, mas já fui checar umas três vezes na última hora para ver se está respirando. Como de costume, o bebê está ótimo, ao contrário da mãe.
Na próxima ida ao restaurante, Joana ficará no carrinho, e o bebê-conforto, no carro.

2 comentários:

  1. Coitadinhas da tua filhinha e da minha!!! Não conheço nenhuma criança que não tenha caído algumas vezes... Do trocador, da escada, da cama, da bicicleta...

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  2. Eu imagino o frio na barriga que deu. Uma vez segurei a Adriana no ar, quando era recém nascida, porque escorregou do meu colo depois do banho. Não chegou a cair, mas o frio na barriga eu lembro até hoje.

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