sábado, 31 de dezembro de 2011

2012

Acho que teremos um Ano Novo meio com cara de hemisfério norte. Tá, não exagera, não chega a nevar, nem perto. Mas não dá pra botar aqueles vestidinhos leves e fresquinhos das noites tropicais dos anos anteriores. Chove, faz friozinho e, óbvio, venta. Venta bastante. (Estamos em Osório. Sempre venta em Osório). Um dia daqueles em que meu pai diria:

- Que dia glorioso! - enquanto admirava as nuvens plúmbias pela janela.

O último dia de um ano marcante. O ano em que nasceu a minha segunda filha, e também o ano que me despedi de uma outra segunda filha, esta 93 anos mais velha que a minha. Um dos maiores referenciais de mãe, de mulher e de pessoa que conheci, também conhecida como Wó. A minha vó.

Não tem como escrever hoje, 31 de dezembro, e evitar o clichê. Nem vou tentar. Esta é uma postagem cheia de lugares comuns e reflexões baratas de final de ano.

Já saiu a Mega Sena da virada e eu não fiquei rica, disso eu já sei. Mas não sei muito mais coisa sobre 2012. Dizem que é o ano em que o mundo vai se acabar (mas também, a cada cinco ou seis anos, o mundo vai acabar no ano que vem, já faz um tempo). Não sei se vou morar na mesma casa, nem se vou estar no mesmo emprego. Espero que a minha família continue inteira. Gostaria de uma moratória nas perdas. Foram muitas baixas nos últimos quatro anos. Há muita gente muito importante que não está mais aqui. Aos poucos eu vou perdendo minhas referências e modelos. O assustador é me tornar eu mesma a referência e o modelo para outras pessoas.

E, por qualquer motivo, esta é a época em que a saudade dói mais. Mesmo a saudade daqueles que não davam muita bola para essas datas. Estamos aqui na nossa cabana em Osório, só a família nuclear. Além de todos os fantasmas, é claro. Provavelmente, passaremos a meia-noite com as crianças no colo, acalmando-as por causa do barulho dos fogos de artifício.

Enfim, a duas horas do final do ano, vou deixar o link de um sambinha do Assis Valente, na interpretação da Carmen Miranda.

Feliz Ano Novo a todos os leitores deste blog, fantasmas ou não. E que o mundo não se acabe em 2012.

Um comentário:

  1. Bebel, esse ano que se acaba vai ser lembrado como o ano da Joana! As datas tristes se perdem, fica a memória das pessoas queridas. Feliz Ano Novo!

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