domingo, 25 de dezembro de 2011

Natal

Não foi um Natal muito feliz para mim. Ainda sinto muita falta da Wó e do vô. E o Natal era a festa deles e da família que eles iniciaram. Ainda assim, preciso dizer, acho que foi um Natal bom para as minhas meninas. Possivelmente este será o primeiro Natal que Luísa terá alguma recordação, talvez flashes confusos, num futuro distante. E foi o primeiro Natal da Joana. Elas estavam felizes, Joana sorrindo com sua boca sem dentes e sua linguinha de fora, sem nunca reclamar de nada. E a Luísa com aqueles olhos brilhando ao abrir os presentes e receber toda a atenção da festa. Ganhou uma casinha de bonecas dos avós, uma porção de livrinhos e brinquedos, além de roupinhas lindas. Luísa comeu camarão e torradinhas com patê, como se fosse a coisa mais natural do mundo ter dois anos e desfrutar da alta gastronomia. Só faltou pedir espumante (felizmente, contentou-se com suco de uva). O clima estava ameno, tanto a temperatura como o astral das pessoas. Hoje é que eu me senti pior. Chorei com um diálogo bonitinho no carro, indo almoçar com a família na casa da minha mãe. Luísa um pouco enjoada, sugeri que ela olhasse para as nuvens:
- As nuvens? É no céu? A bisa está no céu? Dá pra ver a bisa?
- Sim, querida, a bisa está no céu.
- Pode dar feliz Natal pra bisa?
- Claro que pode!
- FELIZ NATAL, BISA - grita Luísa dentro do carro a plenos pulmões, olhando para o teto. Justifica-se em seguida:
-É que o céu é longe, tem que gritar para a bisa ouvir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário