domingo, 18 de março de 2012

Einstein teve tempo para brincar

Este é o título de um livro ótimo que estou a ler. Fala sobre a inutilidade de "estimular" precocemente as nossas crianças para ensinar-lhes tudo mais cedo. E também fala sobre o óbvio: crianças  crescem e desenvolvem-se melhor fazendo aquilo que fazem melhor desde que o mundo é mundo: brincando. Não há programa de televisão, fichas de aprendizado e métodos de alfabetização precoce que propiciem oportunidades de desenvolvimento melhores do que simplesmente deixar os pequenos a brincar livremente. Não que não aprendam o que quer que lhes ensinemos. Mas aprederão mais e melhor se tiverem tempo para ter tempo. Podemos até propor-lhes brincadeiras estruturadas e, dependendo da idade, com regras. Mas o livro fala sobre a inutilidade de ensinar crianças de 18 meses a contar, antes que consigam ter a percepção real das quantidades e do que significam símbolos. Tudo a seu tempo. Eles adquirem os requisitos necessários para aprender a contar enquanto brincam alegremente com blocos de montar ou panelinhas de plástico. Sem ninguém em volta para ensinar.
Enquanto escrevo, minhas filhas estão entretidas a brincar, sozinhas, neste instante. Joana explora potes de plástico coloridos e Luísa tenta montar coisas com seu Lego. Vez por outra tenho que aproximar novamente os brinquedos de Joana, pois ela põe-se a atirá-los longe e ainda não engatinha (ela se atira para frente e tenta "abocanhar" o chão para impulsionar-se para frente, sem muito sucesso). Sem raiva. Apenas observa, enquanto parece tomar "notas" mentais sobre o resultado da experiência. Depois, pega outro objeto e novamente atira longe, contemplando o resultado com um sorriso de Monalisa entre os lábios. Agora, observo-a enquanto ela desiste um pouco dos potes e cubos de plástico e diverte-se explorando o pé e a própria roupa.
Dá trabalho, mas é muito divertido. Não sei se serão gênios. Mas ao menos terão tido uma infância divertida.

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