quinta-feira, 1 de março de 2012

Livro

Hoje, Luísa comprou seu primeiro livro. Não me entendam mal, ela já tem muitos livrinhos infantis, que ganhou de várias pessoas. Mas hoje, ela foi à livraria com o próprio dinheirinho e comprou um livro que ela escolheu. Ontem, a vovó lhe deu R$5,00. O vô, hoje de manhã, entusiasmou-se e completou com mais R$10,00. Pronto, Luísa estava capitalizada quando eu cheguei em casa. É claro que ela não tem a menor noção do que significa o dinheiro. Ela mal sabe contar. Mas ela sabe que a mamãe e o papai trabalham para ganhar "pilas". E que os "pilas" servem para comprar coisas. Mas ela raramente vê o dinheiro sendo usado concretamente. Nessa era moderna, compra-se qualquer coisa com cartão. O cartão é um conceito muito abstrato para ela.
Mas hoje, a Luísa ganhara "pilas". O primeiro dinheirinho dela. Perguntei o que ela gostaria de comprar com o dinheiro:
- Um livrinho do Mickey. E uma figulinha do Puff. E uma figulinha das Princesas.
Achei que R$15,00 na banca de revistas era muito dinheiro. Principalmente, porque as figurinhas das Princesas e do Puff estão esgotadas. Decidi, assim, levá-la à livraria.
Para a minha felicidade, há uma ótima livraria de bairro a uns 50 metros da minha casa. E tem livros infantis. E um dono gente boa. Assim, levei Luísa na livraria, apresentei-a ao setor infantil e expliquei o caso ao dono da loja. Enquanto, sentadas no chão, escolhíamos o livro a ser comprado, notei que ele olhava fascinado aquele projeto de pessoa a olhar todos os livros. Queria todos, é lógico, mas eu expliquei que tinha que ser um livro que "coubesse" no dinheiro dela. Dei a ela algumas opções, para facilitar o processo. Escolhido o livro, ela levantou-se e foi, resoluta, ao balcão do caixa. Entregou a ele o livro. E o dinheiro, claro. Ele agradeceu, recebeu o dinheiro e deu-lhe um brinde: um marcador de livros. O moço botou o livro num saco de papel "para não sujar" e entregou-lhe a compra. E ela saiu feliz com seu livro de peixes dentro de um saco de papel. E com o seu brinde. Até deu "tchau" para o dono espontaneamente. Chegou no edifício, onde vários vizinhos conversavam, e disse:
- Eu comprei um livro! - enquanto mostrava, orgulhosa, o pacote.
Para mim, foi muito divertido ajudar minha filhinha a comprar seu primeiro livro. Mas eu tenho certeza que o dono da livraria se divertiu mais que nós.
Esperamos (o dono e eu) que seja o primeiro de muitos livros a serem comprados por ela. Por motivos diferentes, mas o final será o mesmo: mais uma "rata de livraria" na família.

3 comentários:

  1. Contei pra todo mundo no meu trabalho a história da Luísa e seu primeiro livro. As pessoas acharam um barato, e que legal que ainda tem livraria de bairro no Brasil, que aqui não tem mais, e inclusive não tem mais a Borders, cadeia gigante. Sobrou só a Barnes and Noble, cujas lojas vendem brinquedos, o Nook (leitor eletrônico), papelarias e também livros...

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  2. Quando entrei na livraria, o dono me perguntou se eu já tinha voltado a morar no Brasil. Expliquei para ele que me confundia com a minha irmã que, morando em outro continente, frequenta a livraria mais que eu, que moro na esquina. Te mandou lembranças.

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    1. Tentei ir lá em dezembro para comprar um presente, já não lembro para quem, e estava fechada. Até me assustei. Lembranças de volta.

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