quinta-feira, 29 de março de 2012

O Saco

Minha voz acabou quando faltavam quinze minutos para as cinco horas. Após ter passado a madrugada entre uma filha e outra, trabalhei minhas oito longas horas regulamentares e vim para casa. No apartamento, estava acontecendo o Ronaldo. O Ronaldo foi a pessoa que consegui desencavar para consertar um vazamento do cano da cozinha. Vazamento esse que já atinge dois andares para baixo. Ótimo, o Ronaldo. O problema foi todo o resto. Há um buraco na parede da minha sala, uma janelinha tosca que comunica a cozinha com a sala, como se a porta não fosse suficiente. O piano está tapado com um pano e fora do lugar, assim como o aparador e a mesa da sala. O tapete foi removido. E o cano de cobre era tão velho e furado que não tinha conserto. O registro da água quente (o problema era na água quente) está fechado. O tal registro é relativamente novo, foi trocado por nós quando reformamos antes de nos mudarmos. Mas o registro não funça. A parede aberta, água pingando para a sala e sem água quente nos chuveiros. Aí, resolvemos instalar um chuveiro elétrico. O Ronaldo instalou o chuveiro, devidamente comprado no Zaffari minutos antes, mas a caixa dos disjuntores é velha e a chave está estragada. Além disso, quando instalamos os aparelhos de ar condicionado, o moço fez uma gambiarra e ninguém mais sabe qual peça da casa pertence a qual chave. Resumo, o banho gela após 30 segundos, pois cai a chave. E nos 30 segundos em que esquenta, tem um pingo gelado que cai bem no meio da cabeça. E não está muito calor em Porto Alegre. Uns 13 graus. Agora, as crianças dormem, a casa está de pernas para o ar e eu estou exausta. Amanhã, chegarei em casa e a parede estará mais aberta ainda, visto que o Ronaldo precisa perseguir o final do cano furado e trocá-lo, o piano deslocado, etc, etc. Mas ao menos (assim espero), terei banho a gás e o gesso do vizinho de baixo não terá caído na cabeça de ninguém.
Desculpem o desabafo. Como diria a Wó, eu precisava despejar o saco.

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