quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Luísa está aprendendo os números. Ela ainda não tem muita noção de que aquele símbolo representa uma determinada quantidade, ela apenas associa a palavra ao símbolo. Mas já é um progresso fascinante. Em termos de abstração e noção de quantidade, ela geralmente entende o que é dois. Quando é mais de dois, ela diz qualquer outro número maior de dois aleatoriamente. Se acontece dela acertar, faço a maior festa.
Mas agora ela conhece o 1, 2, 4 e o 5. Com os outros ainda se atrapalha. Quando ela não sabe, ela diz:
- É o... - mas jamais admite que não sabe.
Ela também está aprendendo a diferenciar as letras dos números. Não reconhece as letras, mas sabe que não são números. E também está descobrindo que a cada tecla do piano corresponde um som diferente, que tem um determinado nome. E que estes nomes se repetem ao longo do teclado. Ela toca uma tecla e pergunta:
- Quem é este? - querendo saber que nota musical é.
Tudo o que a Luísa quer identificar (coisas) ela pergunta quem é. Não existe "o que é". Apenas quem.
Não consigo deixar de me deslubrar com o desenvolvimento do cérebro de uma pessoa pequenininha, que há bem pouco sequer falava. Tudo se dá a passos galopantes. Há marcos geniais, como quando ela aprendeu a posição certa dos livros (antes ela olhava de cabeça para cima ou para baixo). Com um pouco mais de um ano, ela começou a virar de cabeça para cima. Deu um estalo.
A linguagem também é genial. Há cerca de 6 meses, pouco antes de completar 2 anos, ela fazia uma construção que eu adorava:
- O papai é bonito (ou feio, ou gordo, ou magro)? - perguntava o pai.
- O papai é bonito não é - respondia resoluta e necessariamente do contra.
Nos últimos dias o que me diverte é a mudança de assunto:
- O que fizeste na creche hoje? - pergunto eu no caminho para casa.
- Pintou a mão. O Mickey e a Minnie ficaram lá - responde, referindo-se a umas estátuas de jardim do hotel em que ficamos - e o Pica-pau também, né?
Ainda assim, tenho me surpreendido cada vez mais com a Luísa conversando conversas coerentes e que fazem sentido. Parece até uma pessoa falando...

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