segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O Vento

Quando a Luísa tinha 2 meses, comecei a levá-la em projeto chamado Música Para Bebês, do Instituto de Artes da Ufrgs. Era genial, eu adorava e morro de dó de o projeto não mais existir para eu poder levar a Joana. Uma das coisas que fazíamos era contar historinhas. A professora lia com uma determinada entonação, e repetíamos olhando para os bebês e realizando as atividades propostas. Ela usava aqueles livrinhos da coleção Gato e Rato da Ática. E o que era mais lido era O Vento. Naquele ano, na Feira do Livro, comprei vários livros da coleção, obviamente O Vento também. A Luísa é fascinada pelo livrinho do vento até hoje. Ela gosta de outros livros, mas O Vento é sempre necessário. Eu os leio todas as noites antes de dormir:
- Eu quero o livro do vento e da chuva e do barco e do trem - ordena a futura grande leitora.

"O vento soprou de leve (nessa hora eu assopro de levinho no rosto dela). Balançou as flores pra lá e pra cá (repito várias vezes enquanto balanço a criança pra lá e pra cá). O vento soprou frio no rosto dos meninos (sopro novamente no rostinho, um sopro friozinho). O vento soprou forte (dou um soprão bem forte). Levou o chapeu do seu Juca (tamborilo na cabecinha dela, mostrando onde fica o chapeu). Levantou a saia da dona Sônia (finjo balançar uma saia). Bateu portas e janelas com força (bato com a mão no chão ou na caminha dela, mostrando as portas a bater com força). O vento soprou, soprou, secou toda a roupa do varal (sacudo um retalhinho, que é a roupa do varal secando). Jogou no chão as folhas amarelas (nessa hora, devíamos erguer o bebê e ir descendo devagarinho, como se fosse uma folha caindo. Essa parte foi abolida quando ela passou de 7 kg.) E o vento levou pro céu o meu avião de papel"(jogo um aviãozinho de papel para o ar)
Eu obviamente sei a história de cor e salteada e de cabeça para baixo. E agora ela também recita junto, enquanto eu conto. Os outros livrinhos também são engraçadinhos, mas nenhum é tão especial como o do vento e os outros da coleção. E ela tem todos aqueles livros tecnológicos, com botões para apertar e coisas que saltam a cada página e fantoches e músicas e barulhos de bichos. Mas nenhum é tão preferido como o do vento. É simples, de papel comum, gasto de tanto eu contar. Acho que vou ter que comprar um de reserva, por que se este chega a rasgar, o mundo se acaba.

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