quinta-feira, 3 de novembro de 2011

medos

Chegamos anteontem das Missões. É uma viagem de quase 600 km. Fazê-la com duas crianças de fraldas é um desafio de logística. Assim, resolvemos fazer a volta em 2 etapas. Saímos de manhã de Roque Gonzales, almoçamos um pouco depois de Ijuí e chegamos no Parque das Tuias (perto de Soledade) lá pelas 2 da tarde. É um parque aquático, tem piscinas, tobogã, essas coisas. Tava muito frio para brincar na água, mas o hotel fica dentro de um parque com vários bichinhos soltos: coelhos, ovelhinhas, um aquário com peixes grandes, patos, gansos, perus, galinhas. Tem uma horta bem vistosa e muita área verde para caminhar. Tem até uma capela toda revestida de ametista roxa. Aliás, é o que mais tem naquela região: pedras semi-preciosas.
Como já falei antes, Luísa, aos 2 anos, adora bichinhos: bichinhos impressos em livros, bichinhos na televisão, de pelúcia, do lado de fora da janela do carro, lá longe... Bichinhos ao alcance da mão, não. Bichinhos de verdade, que se mexem e têm vontade própria, nem pensar.
Mas nunca imaginei que fosse ter medo de coelho. Coelhos são fofinhos, meigos, parecem de brinquedo. Mas eram de verdade e a Luísa não quis nem chegar perto. Ficou no meu colo, a cabeça enfiada no meu ombro. Os peixes do aquário foram mais tolerados. Eram bem grandes, tinha bagre, carpa, uns peixes grandes e cor-de-laranja iguais aos de um livro dela. Aí ela se entusiasmou, chegou pertinho do aquário (não quis encostar no vidro) e dizia:
- Olha! Os peixes grandes e pequenos – é uma das frases do livrinho.
Havia um lago com patos, gansos, perus e umas galinhas. Em volta do lago, uma tela, impossível o contato direto das aves com os visitantes. Nem atrás da tela quis chegar perto dos patos.
Lá pelas tantas, nos deparamos com estátuas da Branca de Neve e os Sete Anões. Ela não quis nem olhar. Expliquei que eram bonecos, eram de brinquedo. Não teve conversa. Mas confesso que eram tão feios e distorcidos que realmente pareciam assustadores. Acho que se eu tivesse 2 anos também iria ter medo dos anões...
No fim do dia, passamos de novo pelo coelhinho. Ela não estava mais tão assustada. Não quis chegar perto, mas não pediu colo e nem se escondeu. Pensando bem, acho que a Luísa é saudavelmente cautelosa. Criança de apartamento...

Um comentário:

  1. Em tempo: mesmo com medo, ontem a professora da creche me perguntou onde tínhamos ido, porque a Luísa só falava em ovelhinha e coelhinho...

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